A Dança Efêmera
Bálsamo gelado em corpo queimado,
uma migalha de poesia que a alma esperou.
Não veio.
A dor, contudo, partiu.
No princípio, ficou a mancha, um eco,
marca pálida de um fogo passado.
Com carinho e creme, o rastro se desfez,
e o tempo, gentil, a esmaecesseu.
Nem saudade restou, juro.
Apagada por chamas mais altas,
por feridas mais profundas, constantes,
que outras dores, sim, deixaram.
Mas hoje, na calma de um novo amanhecer,
quando o sol beija a pele onde foi a ferida,
sinto novamente um bálsamo, sem vir de tubos.
É a paz que chega, sem pedir, sem cobrar,
curando o que a memória ainda guarda,
um frio leve sobre a cicatriz que o tempo fez sumir.
E, de novo, a vida segue, sem mancha, sem eco,
apenas o suave toque de um bálsamo invisível.
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