Onde está o brilho dos teus olhos?
Aquela chama viva,
o teu riso de sol?
Onde ficou tua energia, teu vigor?
Teu jeito fogoso,
teu sonho sem fim?
Onde se esconde tua ambição?
Para onde foi tudo isso, mãezinha?
Por que não me olhas de frente?
Por que teu silêncio me corta assim?
Por que não chamas o meu nome,
nem me dás um beijo ardente?
Sai, mãe, deste leito sombrio.
Joga fora essa dor que te prende,
livra-te dos tubos que te ferem,
reage, mãezinha — te peço, reage!
Sai dessa UTI sem alma,
onde vivos entram,
mas tantos não voltam.
Vem para perto de mim.
Quero te dar juventude,
teu riso de volta,
quero te dar minha vida, mãezinha,
só para te ver viva outra vez.