Ela é filha —
quando o mundo ainda é promessa.
Carrega no olhar
a centelha do que virá,
mesmo antes de saber seu nome.
É mãe —
quando o tempo pede forma.
No ventre, mundos giram.
No peito, o alimento da vida
e do silêncio.
É nora —
entre tradições e sombras.
Dança entre laços que não escolheu,
mas que desfaz com olhos firmes
e mãos que semeiam rupturas.
É esposa —
mas não se pertence.
Ama com a inteireza das marés,
sem se perder no outro.
É aliança feita de estrela e chão.
É irmã —
da terra, da noite, do fogo.
Guardiã de segredos antigos,
companheira de jornadas invisíveis,
ela reconhece a alma
no espelho de outra alma.
E ainda assim,
não se resume.
Porque ela é a Estrela do Oriente —
uma, muitas,
e sempre além